Claro que no universo digital, o computador não "escreve" literalmente no disco, mas registra dados em forma de bits e bytes. É necessário efetuar uma preparação lógica no disco, para que estes dados possam ser corretamente armazenados, e depois interpretados da forma correta, caso contrário seria como escrever em Alemão e tentar ler em Coreano!
Todos os dispositivos de armazenamento (exceto as memórias RAM) devem ser formatados. Até os antigos disquetes 5 1/4 ou 3 1/2 deveriam ser formatados, assim que eram comprados para se usar. A formatação se aplica para os seguintes dispositivos:
- Discos Rígidos HD, SSD ou SSHD
- Pendrive (memória Flash USB)
- Unidades de Disquetes (antigas)
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Comando FDISK MS-DOS para particionar |
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Particionador do LINUX em modo Texto |
Hoje existem aplicativos que fazem a formatação de "baixo nível". São usadas para correções de falhar de leitura/escrita (bad clusters), e destruição segura de dados (ZeroFill).
Parte 2- Particionamento: Parte inicial do processo de formatação que dividirá o disco físico em unidades lógicas (drives virtuais) para serem lidos e acessíveis pelo sistema operacional. Aqui começa o utilitário de formatação incluso nos sistemas operacionais, quando estamos instalando o Windows/Linux em nossas máquinas. Poderemos dividir nosso disco, em quantas unidades lógicas (virtuais) quisermos, é como criar "gavetas" para guardar nossos dados. Aqui podem ser feitas checagem no disco em busca de setores ruins (bad clusters) e outros problemas.

O ideal no Windows é possuir 2 Partições no mínimo, uma para o Sistema Operacional (C:), e outra para gravar nossos arquivos (D:). Para versões do Windows Vista/7/8/10 na instalação será criado uma partição extra, reservado para recuperação do sistema (+-100Mb) mas que não será acessível para o usuário final!
Computadores com o sistema pré-instalado de fábrica não estão particionados, usando 100% do disco para a unidade C: o que é um total desperdício e ajuda o Windows a se deteriorar ainda mais no uso diário. Ao reformatar a máquina, obrigatoriamente deveremos criar 2 partições no minimo, C: e D:
Para Sistemas Linux, o utilitário de particionamento sugere criar automaticamente 2 partições (/)- Raiz do Sistema e (/swap) memória virtual. Porém recomendamos que sejam criadas 3 partições, adicionando a (/home) para ser a pasta do usuário, equivalente ao D: no Windows!
Para usar múltiplos sistemas operacionais (Windows e Linux), o particionamento deverá ser feito de acordo com cada necessidade. Supondo usar uma máquina com Windows7 e Linux Ubuntu, ficaria mais ou menos assim:
- 40 Gb para o Windows7 C:
- 200 Gb para o D: (arquivos do usuário Windows)
- 10 Gb para Linux (partição / raiz)
- 4 Gb de Linux swap (partição /swap)
- 246 Gb para Usuário Linux (partição /home)
O Linux trata o Disco Rígido 1-SATA como sda, e suas partições vão ser (sda2,sda3,sda4...etc) e o segundo disco se houver será como sdb, e suas partições sdb2,etc. O termo hda será usado para os antigos HD de tecnologia IDE!
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Linux- particionando discos IDE (antigos) |
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Linux particionando discos HD-SATA |
A partição primária pode ser dividida em até 4 partições, e a estendida pode ser dividade em muitas até o limite do HD terminar. Portanto o comum é termos apenas uma partição primária e a secundária poderá ser subdividida em muitas outras (partições lógicas).
FAT32: Uma melhoria do FAT16, proposto pela Microsoft e utilizado por sistemas Windows 98/ME. Aqui havia melhoria do espaço desperdiçado, com clusters mínimos de 4Kb. Agora o nome dos arquivos podem ter até 256 caracteres e arquivos podem ter até 4GB de tamanho (um vídeo inteiro por exemplo) algo que não era suportado no FAT16. O tamanho máximo de uma partição em FAT32 deveria ser de 32Gb! Para nós este sistema de arquivos não possui mais utilidade, a não ser que estivermos instalando uma máquina com Windows 98/ME. Sistemas LINUX conseguem ler e escrever em FAT32 também. Possui problemas de fragmentação e desligamento inadequado pode corromper arquivos (scandisk).
NTFS: Novo sistema de arquivos introduzido pela Microsoft com o Windows NT. Neste novo formato o tamanho máximo de uma partição é de 2Tb! Não existe mais limitação para o arquivo, ele pode ocupar todo o conteúdo do disco. Cluster de até 512 bytes menor ainda do que o FAT32, resultando em menos espaço vazio desperdiçado, e é menos sensível aos fragmentos do que os antigos sistemas. Também acrescentou uma série de características melhoradas de segurança e criptografia. Atualmente todas as versões do Windows XP/Vista/7/8/10 utilizam o formato de arquivo em NTFS! Embora melhor, possui fragmentação ainda, e desligamentos inadequados podem causar corrompimento de dados. A maioria dos sistemas LINUX modernos, também conseguem ler/escrever em partições usando NTFS, o que significa que o LINUX também pode reparar sistemas Windows ou arquivos de usuários!
EXT2/EXT3: Formato de arquivos nativos do sistema operacional UNIX/LINUX. Este formato NÃO é reconhecido pelo Windows, portanto somente sistemas GNU/LINUX conseguem ler/escrever nestas partições o que as torna mais seguras e menos vulneráveis a vírus/ataques de hackers.Além disso o EXT3 possui ferramentas automáticas inteligentes dos sistemas UNIX/LINUX das quais o "journaling" é o mais interessante. Quando o computador é desligado sem dar tempo para cessar o processo de leitura/escrita em disco, ao ser religado, o "journaling" consegue se auto-recuperar completando os processos inacabados, antes do sistema operacional se iniciar. É por isso que em sistemas LINUX não temos o famoso "scandisk" pois o próprio sistema de arquivos faz este serviço. Além do que o EXT3 também não sofre fragmentação, não existe um "defrag" para ele. Suporta arquivos de até 2Tb de tamanho único, e pode gerenciar partições de até 16Tb de tamanho (ainda não chegamos em HD's de tudo isso). Ocupa menos processamento do que outros sistemas de arquivos UNIX/LINUX.

ReiserFS/XFS: Outros formatos de arquivos suportados pelos sistemas GNU/LINUX. O Reiser (leva o nome do seu criador), também suporta "journaling" e tem aplicações para melhoria de desempenho mas consome muita CPU, não é indicado para grandes atividades de leitura/escrita (edição de vídeo,etc). XFS foi criado pela "Silicon Graphics" para seu sistema operacional proprietário e mais tarde teve seu código aberto e implementado no LINUX. O XFS também possui "journaling" e pode manusear uma partição de até 8 Hexabytes! O XFS pode ser usado como substituto do EXT4. Nenhum destes formato será reconhecido em sistemas Windows!
Programas de particionamento:
Conforme comentei, o melhor é efetuar o particionamento logo na instalação do sistema, já reservando espaço para sistemas futuros (Windows/LINUX) e prevendo o uso da máquina e as atualizações que os sistema poderá pedir. Efetuar o particionamento com o sistema já instalado na máquina, poderá causar perda de dados!
O Windows possui um utilitário de particionamento embutido em seu instalador!
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Particionador Windows durante a instalação |
Recomenda-se criar um partição do sistema de 40Gb para C: (Windows Vista/7/8) e outra para o usuário D: Assim numa futura formatação os arquivos do usuário não vão ser apagados! Para sistemas Windows/LINUX a criação do D: pode ser substítuida por uma partição comum em formato FAT32/NTFS.
Em distribuições GNU/LINUX, também temos um utilitário gráfico de particionamento. Aqui poderemos ver por cores o tipo e tamanho das partições.
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Um dos programas particionador do GNU-LINUX |
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Tela do programa PartitionMagic |
Agora vamos fazer uma prática com uma máquina, particionando para instalar Windows e depois LINUX.
Até a próxima aula.
JMJG
Eng.Eletrônico
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